Primavera do Leste cancela desfile cívico e ex-prefeitos reagem: “Lamentável”

A programação do 39º aniversário de Primavera do Leste, que será celebrado em maio, não contará com o tradicional desfile cívico. A decisão da atual administração municipal está provocando forte repercussão na cidade, que historicamente prestigia e participa do evento. Trata-se da primeira vez, em mais de três décadas, que um prefeito cancela o desfile, considerado um dos principais marcos do calendário oficial do município. Ex-prefeitos já se manifestaram publicamente sobre a suspensão.

O ex-gestor Érico Piana, que governou o município por quatro mandatos e é um dos nomes mais respeitados da política local, lamentou a decisão. “A atual gestão deve ter seus motivos, mas é lamentável. Interromper uma sequência tão longa de um momento cívico importante enfraquece um símbolo da nossa cidade”, declarou.

Outro ex-prefeito, Getúlio Viana — que esteve à frente da prefeitura entre 2005 e 2012 e foi eleito novamente em 2016 — também sempre garantiu a realização do desfile durante seus mandatos. Procurado pela reportagem, Viana preferiu não se manifestar publicamente, mas confirmou que acompanhou e apoiou todos os desfiles realizados em sua gestão.

Já Leonardo Bortolin, que administrou Primavera do Leste de 2017 a 2024 e atualmente preside a Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), foi ainda mais enfático: “O desfile cívico era uma manifestação legítima de orgulho primaverense. Reunia a rede de educação pública, privada e instituições. Era uma parceria que movimentava o aniversário da cidade e fortalecia o sentimento de pertencimento. O cancelamento rompe uma tradição de mais de 30 anos, respeitada por todas as gestões anteriores, que sempre entenderam a importância desse momento de cidadania.”

A organização do evento sempre foi responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação, com início dos preparativos cerca de três meses antes da data comemorativa. O destaque era a ampla participação dos estudantes da rede municipal (cerca de 11 mil), da rede estadual (8 mil) e da rede privada (5 mil). A mobilização envolvia ainda clubes de serviço, igrejas, escoteiros, forças de segurança, entidades culturais e diversas representações da sociedade civil organizada.

A reportagem procurou a Prefeitura Municipal para comentar a decisão, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Em publicação nas redes sociais, a gestão informou apenas que o desfile foi adiado para o mês de setembro.