Enquanto o Brasil enfrenta uma retração no saldo de empregos, Cuiabá desafia a crise e se destaca na contramão da tendência nacional. Os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que a capital mato-grossense registrou um saldo positivo de 6.793 vagas formais em 2024.
Foram 129.666 admissões contra 122.873 demissões, refletindo uma alta de 6% na geração de empregos em relação a 2023. O setor de serviços lidera o crescimento, respondendo por 55% do saldo total, com 3.735 novas contratações. O comércio ocupa a segunda posição, contribuindo com 1.639 empregos (24%), seguido pela indústria, que gerou 1.086 postos (16%).
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), Júnior Macagnam, o desempenho da capital se deve à forte base econômica do comércio e serviços. “Nossa cidade está crescendo na oferta de empregos formais, enquanto o estado, a região Centro-Oeste e o Brasil apresentam recuos preocupantes”, destaca.
O bom desempenho do mercado de trabalho em Cuiabá contrasta com a retração nas médias estadual, regional e nacional. Enquanto a capital viu crescimento de 6% no saldo de empregos, Mato Grosso amargou uma queda de 34,3%, a região Centro-Oeste recuou 10% e o Brasil perdeu 16% das vagas formais.
Cuiabá também lidera a geração de empregos no estado, sendo responsável por 26% do saldo total de Mato Grosso, que fechou o ano com 25.758 novas vagas. Depois da capital, Várzea Grande registrou um saldo de 3.298 empregos, seguida por Rondonópolis (2.235) e Sinop (1.764).
O setor industrial teve o maior crescimento percentual no saldo de empregos em Cuiabá em 2024, registrando um aumento de 57% em relação ao ano anterior. O setor de serviços também apresentou avanço expressivo, com alta de 24%, enquanto o comércio cresceu 7%.
Os dados do Caged também traçam o perfil dos trabalhadores que conseguiram uma vaga formal em Cuiabá. Em 2024, 55% dos contratados eram homens e 45% tinham entre 18 e 29 anos. O setor de serviços concentrou 54% das admissões, seguido pelo comércio (28%) e construção civil (10%).
Por outro lado, o perfil dos demitidos mostra que 56% eram homens e 53% atuavam no setor de serviços. A faixa etária mais atingida pelas demissões foi de 25 a 39 anos, representando 46% dos desligamentos.
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