Saúde ortopédica feminina exige mais cuidados

Por Dra. Mara Gonçalves*

Diversos fatores biológicos, hormonais e sociais fazem com que a saúde feminina exija mais cuidados que a masculina. As várias fases hormonais ao longo da vida, como puberdade, ciclo menstrual, gravidez, pós-parto e menopausa, podem impactar a saúde física e mental das mulheres. Tem ainda doenças como osteoporose e as autoimunes, que são mais comuns nelas, devido a influências hormonais e genéticas. E na saúde ortopédica os cuidados são maiores por terem mais elasticidade, acarretando uma incidência mais frequente de lesões ligamentares e meniscais.

As pessoas têm capacidades musculares diferentes, a depender do biotipo, sexo, idade, nível de resposta muscular. Por isso quando se fala em musculatura ou capacidade muscular, deve-se ter em mente que o tipo de esporte ou atividade física, deve respeitar a individualidade da pessoa, seu histórico pessoal e sempre ser supervisionado por profissional habilitado (educador físico, fisioterapeuta ou médico do esporte, médico ortopedista, etc).

Os cuidados para prevenir lesões também são diferentes, nos esportes de contato físico ou de impacto, por exemplo, deve-se fazer um reforço muscular maior nas mulheres, associado a treinos de propriocepção - exercícios que estimulam os receptores proprioceptivos do corpo - também maior, para evitar lesões nas articulações e ligamentos.

Técnicas como fazer aquecimento antes dos treinos e treinar força muscular, sob orientação de forma lenta e progressiva, respeitando sua capacidade de treino, podem evitar lesões. É bom lembrar que todo tipo de dor, no sistema músculo-esquelético ou músculos e articulações, que ultrapasse duas semanas, de forma contínua, deve ser investigado por um ortopedista associado à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT-MT), garantindo uma prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

Dra. Mara Gonçalves é médica ortopedista, formada pela Universidade de Cuiabá, especialista em Ortopedia e Traumatologia e Cirurgia da Mão, atual Presidente da SBOT-MT.