O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentará nesta sexta-feira (08.11), a partir das 10h (horário de Brasília), os resultados do Censo sobre Favelas, um projeto fundamental para o Brasil, realizado em parceria com a CUFA (Central Única das Favelas) e o Data Favela. Esse levantamento, conduzido ao longo de meses em diversas favelas do país, representa um marco histórico para o reconhecimento e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para esses territórios.
“Receber a ministra e todos os diretores do IBGE aqui no Helipa para lançar e iniciar esse projeto foi um marco para nós na relação entre o IBGE e a CUFA. A favela fica feliz por saber que o instituto está reconhecendo tudo que fizemos em todo o País, pois estamos cansados de ser usados e depois descartados”, comemora Marcivan Barreto,Presidente da CUFA do Estado de São Paulo.
Essa parceria teve como objetivo aumentar a precisão da coleta de dados em favelas, onde historicamente ocorrem elevadas taxas de não resposta. Através de ações de mobilização e sensibilização dos moradores, como eventos comunitários e suporte aos recenseadores, o projeto garantiu que mais moradores fossem incluídos no Censo de 2022. Essas atividades permitiram que as realidades específicas das favelas fossem visíveis nas estatísticas nacionais, assegurando uma representação fiel e essencial para a criação de políticas públicas alinhadas com as necessidades dessas comunidades.
“Os dados deixam evidente algo que não pode mais ser ignorado: é impossível imaginar o Brasil sem enxergar a favela no mapa. São milhões de pessoas, com poder de consumo significativo, que contribuem com impostos a cada produto adquirido. Essas pessoas merecem ser reconhecidas e incluídas nas políticas públicas. Os moradores das favelas no Brasil, somados, superam a população de diversos estados da federação. Negar-lhes o acesso aos serviços públicos é, na prática, negar as oportunidades a uma parcela vital da população brasileira”, declara Renato Meirelles, fundador do Instituto Data Favela.
Outro avanço significativo foi a alteração oficial da nomenclatura “aglomerados subnormais” para “favelas”, no início de 2024, após uma sugestão da CUFA. Essa mudança, adotada pelo IBGE, representa o reconhecimento da importância cultural e social das favelas, substituindo um termo técnico que desconsiderava o valor histórico e identitário desses territórios.
“Agradecemos ao presidente do IBGE, à ministra Simone Tebet, ao ministro Márcio Macedo e, principalmente, às favelas que abriram suas portas e acolheram nossas equipes. Esse é um grande momento de reconhecimento e, acima de tudo, um compromisso com o futuro das nossas comunidades”, afirma Preto Zezé, presidente da CUFA no Rio de Janeiro.
O evento contará com a presença de Preto Zezé, presidente da CUFA no Rio de Janeiro, e Marcus Vinícius Athayde, diretor da CUFA Global. E também Celso Athayde e Nega Gizza, fundadores da CUFA.
“Fazemos questão de mandar representantes das CUFAS em todos os estados, uma vez que participamos nacionalmente de todo o processo. Essa é nossa forma de dizer que somos parceiros do IBGE até o fim desse processo” explica Kalyne Lima, presidenta nacional da CUFA.
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