No primeiro semestre de 2024, o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) contabilizou 74.677 novos cadastros, um aumento de mais de 16 mil doadores em comparação ao ano anterior, quando foram registrados 58.308 cadastros. O estado de Mato Grosso, até o momento, já soma 489 doadores.
Durante o ano de 2023, o Redome facilitou 369 transplantes com doadores não-aparentados no Brasil e enviou 100 amostras de doadores brasileiros para o exterior. Até junho de 2024, já foram realizados 224 transplantes em pacientes brasileiros e 46 em pacientes internacionais. No último sábado (21), o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea foi celebrado, reforçando a importância do cadastro e o impacto que essas doações têm na vida de inúmeros pacientes.
A importância da solidariedade
Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a doação de medula óssea é um ato de solidariedade e esperança. “Fortalecer o cadastro de doadores é garantir que o SUS ofereça um tratamento eficaz e gratuito a quem precisa. Cada doador registrado pode ser a chave para salvar vidas, promovendo mais equidade no acesso à saúde no país”, afirmou a ministra.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), muitos pacientes dependem exclusivamente de doadores não-aparentados cadastrados no Redome, já que a chance de encontrar um doador compatível entre irmãos é de apenas 25%. Essa probabilidade aumenta quando o doador é do mesmo país. Caso não haja um doador disponível no Brasil, o paciente pode recorrer a bancos de dados internacionais.
Uma experiência de solidariedade
Arthur Colares, de 21 anos, é um exemplo de como a solidariedade pode transformar vidas. Natural de Teófilo Otoni (MG), ele foi chamado para doar apenas quatro meses após seu cadastro no Redome, em abril de 2023. “O processo foi rápido e tranquilo. Fiz a primeira coleta em Belo Horizonte e, dias depois, viajei a Florianópolis para a doação via cateter”, contou Arthur. Ele reforça a importância do cadastro: “Doar não interfere na sua rotina de trabalho ou estudos. As campanhas são fundamentais para conscientizar as pessoas sobre a importância da doação.”
Redome: um gigante mundial
Atualmente, 65 a 70% dos transplantes de medula óssea não-aparentados realizados no Brasil utilizam doações de brasileiros, reforçando o sucesso do Redome. O banco de doadores é o terceiro maior do mundo, com 5,7 milhões de pessoas cadastradas ao longo de três décadas.
Para Danielle Oliveira, chefe do Redome, o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea é uma celebração da solidariedade internacional. “O Redome e toda a rede de transplantes trabalham juntos para fortalecer essa política pública tão importante. A diversidade do nosso banco de dados, que reflete a pluralidade do Brasil, é uma das nossas maiores forças”, destacou.
Investimentos para salvar vidas
Em 2023, o Ministério da Saúde destinou mais de R$ 1,3 bilhão para custear procedimentos de doação e transplantes pelo SUS. Até junho de 2024, já foram investidos R$ 718 milhões. Outros R$ 46 milhões foram direcionados para o funcionamento das centrais de transplantes e para fortalecer o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Como se cadastrar no Redome
Qualquer pessoa entre 18 e 35 anos pode se cadastrar como doador voluntário de medula óssea em hemocentros públicos de todo o Brasil. O Redome também lançou um aplicativo que facilita o pré-cadastro, oferece informações e acompanha as etapas do processo. Além disso, o aplicativo permite a geração de carteirinha e a atualização dos dados cadastrais, fundamental para garantir o sucesso na localização de doadores compatíveis.
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